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Ensaio da Escola de Samba Salgueiro – Ensaio Show com a Bateria Furiosa

Ensaio da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro

A Escola de Samba Salgueiro oferece aos sábados Ensaio Show com a Bateria Furiosa, e a Smart Rio Tour leva vocês!
A escola possui o lema “Nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente”. É apelidada de “Academia do samba”, e sua bateria é denominada “A Furiosa”.

Começo com inovação:

Ensaio Escola de Samba Salgueiro - Ensaio Show com a Bateria Furiosa
Ensaio Escola de Samba Salgueiro – Ensaio Show com a Bateria Furiosa

Uma das mais tradicionais escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro, ela começou no Morro do Salgueiro e logo após a fundação da nova escola, os trabalhos para o primeiro desfile dos Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro começaram. O enredo escolhido foi Uma Romaria à Bahia, de autoria do carnavalesco Hildebrando Moura.

O Salgueiro fez um grande desfile e mostrou que aqueles que apostaram na união das escolas do morro estavam certos: no ano de estreia 1954, o Salgueiro conseguiu furar o cerco das outras escolas mais tradicionais, conseguindo um honroso 3º lugar, à frente da poderosa Portela e atrás somente do Império Serrano e da Mangueira.

Durante os anos 50

Bons resultados da caçula do carnaval carioca conquistaram o público e a escola foi se firmando como uma das grandes dos desfiles das escolas de samba. Figuras importantes do Salgueiro iam surgindo e se destacando no cenário carnavalesco, como os compositores Noel Rosa de Oliveira, Anescarzinho, Geraldo Babão, Djalma Sabiá; as baianas Tia Neném e Tia Maria Romana; Paula, Paulino de Oliveira, Casemiro Calça Larga, Neca da Baiana e Nélson de Andrade, criador do lema: “Nem melhor nem pior, apenas uma escola diferente!“.

Inovando sempre, o Escola de Samba Salgueiro mudou o carnaval carioca apresentando enredos que fugiam aos temas patrióticos impostos pelo Estado Novo.

Navio Negreiro, sobre a viagem de escravos para o Brasil, de 1957, e Viagem Histórica Pitoresca ao Brasil, sobre a missão do pintor francês Debret no Brasil, de 1959, são dois exemplos da ousadia salgueirense.

O ano de 1959 ficou marcado pela entrada de artistas plásticos na confecção do enredo das escolas de samba, quando o pernambucano Dirceu Nery e a suíça Marie Louise criaram um belo desfile que surpreendeu a todos, em especial a um dos jurados: Fernando Pamplona, aluno da Escola de Belas-Artes.

Durante os anos 60

Convidado a produzir o carnaval de 1960, ao lado do casal Nery e do figurinista Arlindo Rodrigues, Pamplona propôs o enredo Quilombo dos Palmares, em homenagem a Zumbi, seguindo uma temática de exaltação ao negro. Um belo samba, a precisão da bateria e as imagens da África e dos Quilombos expostas na avenida encantaram a todos. Apontado como favorito, o Salgueiro foi proclamado campeão, mas dividiu o título com outras quatro escolas.

Homenagem à uma personalidade feminina:

Em 1963, pela primeira vez no carnaval carioca, uma escola de samba apresentava um enredo centrado em uma personalidade feminina. A escola inovou, mais uma vez, ao apresentar uma ala de passo marcado. Coreografada por Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro,

Ensaio Escola de Samba Salgueiro
Escultura de Mercedes Baptista no Rio de Janeiro, por M. Pitanguy.

a ala trazia casais dançando um minueto. A ideia causou polêmica, mas, com o passar do tempo, o artifício foi utilizado por outras agremiações em seus desfiles.

Polêmicas

Polêmicas à parte, naquele ano a escola conquistou o seu segundo título de campeã do carnaval carioca, com um enredo de Arlindo Rodrigues sobre Xica da Silva.

Uma nova vitória foi desenhada em 1965, com o enredo História do Carnaval Carioca – Eneida, escolhido por Fernando Pamplona para o desfile que comemorou o IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro. Nesse ano, Fernando Pamplona teve como ajudante um jovem bailarino do Theatro Municipal: Joãozinho Trinta. Com um desfile que fez toda a avenida vibrar, o Salgueiro alcançou uma nova vitória, a terceira de sua história.

Homenagem a personalidades brasileiras pouco tradicionais:

Também nesse período, a escola inovou na escolha dos enredos, homenageando personalidades brasileiras, na época, pouco conhecidas, como Zumbi dos Palmares (em 1960), Xica da Silva (em 1963), Chico Rei (em 1964) e Dona Beija (em 1968). Naquela época, apenas figuras conhecidas da história nacional eram temas de enredo.

Em 1965, conquistou o seu terceiro campeonato com um enredo sobre a história do carnaval carioca. Em 1969 foi campeã fazendo uma homenagem à Bahia. Em 1971, conquistou o seu quinto título de campeã com o popular samba-enredo “Festa para um rei negro”, conhecido pelo refrão “O-lê-lê, o-lá-lá / Pega no ganzê / Pega no ganzá”.

Anos 70

Os anos de 1974 e 1975 marcaram uma nova mudança na escolha dos enredos. O carnavalesco Joãozinho Trinta conquista mais dois títulos para a escola com dois enredos oníricos, misturando realidade e imaginação.

Momentos Marcantes

Em 1993, a escola foi protagonista de um dos momentos mais marcantes do carnaval carioca: Com o enredo “Peguei um Ita no Norte”, do carnavalesco Mario

Borrielo, a escola conquistava o seu oitavo campeonato. Durante o desfile, o público presente no Sambódromo cantou em coro o popular samba-enredo, conhecido pelo refrão “Explode coração / Na maior felicidade / É lindo o meu Salgueiro / Contagiando, sacudindo essa cidade”.

Em 2009

Em 2009 a escola conquistou o seu nono título de campeã do carnaval carioca, com o enredo “Tambor”, do carnavalesco Renato Lage.

Berço de vários carnavalescos:

Alguns dos mais importantes carnavalescos da história do carnaval carioca iniciaram a carreira na Acadêmicos do Salgueiro. Entre eles, Arlindo Rodrigues, Rosa Magalhães, Lícia Lacerda, Maria Augusta, Renato Lage, Max Lopes e Joãozinho Trinta – todos de formação acadêmica. A maioria foi levado para a escola por Fernando Pamplona, fato que lhe deu a alcunha de “o pai de todos os carnavalescos”. Aos poucos, outras escolas aderiram à ideia, consolidando a presença de artistas acadêmicos no carnaval carioca.

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Foto: Alex Nunes
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