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Palácio Quitandinha – Estado do Rio de Janeiro

Palácio Quitandinha

Petrópolis é famosa por ter sido a residência de verão da família real no Segundo Reinado, porém, há uma construção mais recente, já do período republicano, que merece uma visita: o Palácio Quitandinha.

A obra foi feita para ser o maior hotel-cassino das Américas, e realmente foi, atraindo celebridades como Walt Disney, Greta Garbo, Orson Welles, Carmem Miranda, Grande Otelo, entre muitos.

1. Tropeiro visionário:

O hotel-cassino foi idealizado por um mineiro, o tropeiro Joaquim Rolla, que estudou somente o primário, mas teve a sorte de ser sobrinho de um rico político que o presenteou com uma tropa de burros. Juntou a sorte ao seu tino para os negócios e foi prosperando, até que, com pouco mais de 30 anos de idade, comprou seu primeiro cassino. Rolla tornou-se um dos homens mais ricos do Brasil, sendo o dono de lugares famosos, como os cassinos da Urca, da Pampulha, de Niterói e de Lambari. Era dele também o famoso Edifício JK em Belo Horizonte.

2. Fachada estilo normando-francês:

Para a realização de seu sonho, Rolla teve a ajuda dos arquitetos Luis Fossati e Alfredo Baeta Neves. A pedra fundamental do Quitandinha foi lançada em 1941.

Inaugurado em 12 de fevereiro de 1944, com transmissão ao vivo pela Rádio Tupi. 50 mil metros quadrados, 6 andares, muitos salões e 440 quartos do hotel.

O lago tinha areia trazida diretamente de Copacabana para criar uma praia artificial! “Foram centenas de caminhões vindos de Copacabana, trazendo areia de lá para Petrópolis”, conta o empresário Luiz Boralli Garcia, que trabalhou na administração do espaço de 1963 a 1987.

3. Interior rococó:

Interior do Quitandinha
Interior do Quitandinha

Dorothy Draper, a decoradora de Hollywood, veio fazer a exuberante decoração interior. Em vários salões, espelhos foram estrategicamente colocados para observarmos os lustres.

A cúpula do Salão Azul é a segunda maior do mundo, com 30 mts. de altura e 50 mts. de diâmetro (1° lugar é do Vaticano, redoma da Catedral de São Pedro). Abaixo dela existe o chamado ponto do eco, em que é possível ouvir a própria voz repetida 14 vezes.

A cozinha tem um tamanho inimaginável.

A piscina térmica tem formato de piano de cauda e chega a 5 mts. de profundidade.

Rolla também usou um sistema de ar condicionado sustentável, em plena década de 1940, aproveitando a água gelada da serra.

Para que os pais apostassem tranquilos, havia também um “espaço kids”!

Além de salão para jornalistas, a mesa telefônica com 800 ramais, a segunda maior central telefônica do Brasil.

Uma central elétrica que serviria para uma cidade de 20 mil habitantes!

4. Proibição dos jogos e fim de sua época áurea:

Em maio de 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra decretou a proibição do jogo no Brasil, o local passou a funcionar, somente como hotel, gerando dificuldades para manter o luxuoso espaço.

Ainda assim, o agora Hotel Quitandinha recebeu grandes eventos e pessoas ilustres, como Getúlio Vargas e Evita Perón, na Conferência Interamericana de 1946. Em suas dependências aconteceram momentos marcantes para a política, como a assinatura da declaração de guerra dos países americanos ao Eixo, durante a Segunda Guerra Mundial; e também do Tratado do Rio de Janeiro, que viria a se tornar mais tarde a Organização dos Estados Americanos (OEA), durante a Conferência Interamericana de Assistência Recíproca, presidida por Oswaldo Aranha.

Também realizaram lá muitos concursos como Miss Brasil, além de espaço para bailes de formatura, carnaval, etc.

5. SESC e cultura:

Em 1963, Joaquim Rolla vendeu o Palácio Quitandinha para um grupo empresarial paulista, e o local se transformou em um grande condomínio de luxo.

Em 2007, a parte administrativa do prédio (incluindo os diversos salões e áreas de lazer, exceto os apartamentos, que pertencem a particulares) foi adquirida pelo Sesc Rio, que depois da restauração passou a promover atrações culturais no local, valorizando o espaço histórico-cultural que ficou fechado por tanto tempo.

Em 2008 a apresentação da Orquestra Petrobrás Sinfônica foi o retorno oficial do lugar como palco para música, teatro e dança. Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), o Palácio Quitandinha voltou a figurar entre os locais mais visitados do município e se tornar o cartão-postal da Cidade Imperial.

Visite o Palácio Quitandinha em nosso passeio!